quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Trabalho APS - Sincronia Comparativa das línguas Tupi e Japonesa (2º semestre - 2014)



Introdução


No decorrer de nossas pesquisas referente a Sincronia Comparativa das línguas Tupi e Japonesa destacamos o glotólogo Luiz Caldas Tibiriça que escreveu o livro “Estudo Comparativo do Japonês com Línguas Ameríndias – evidências de contatos pré-colombianos” o qual aborda um estudo linguístico comparativo entre várias etnias indígenas e a nipônica, destacando curiosas semelhanças entre a língua japonesa e os vários dialetos tupis incluindo diversos vocábulos como verbos, substantivos, afixos, interjeições, pronomes, preposições, advérbios e conjunções assim como uma correspondência entre os seus fonemas.





Correspondência entre alguns fonemas japoneses e tupis:

Japonês               Tupis
a                           a
tch                       Ts, x
gi, ge                   gui, gue
k                           c, k
m                         m, mb
r (brando)           r (brando)
w                          u, v, b


No que concerne à fauna, estas semelhanças persistem:

Japonês                                         Línguas Ameríndias
já, cobra                                        Yá, cobra (catawbá)
xixi, leão                                        xixi, cachorro (nawá)
uxi, vaca                                        oxi, lhama (chiquito)
to-to, galinha (infantil)               to-to, pássaro (nuatl)
nomi, pulga                                   nomi, piolho (caxinauá)
tchin, macaquinho                       tchin, bicho (botocudo)


Elementos da natureza

Japonês                                Línguas ameríndias
Asa, manhã                         az, aurora (nauatl)
     Kaji, incêndio                      kayu, fogo (indonésico)
          Kaji, incêndio                      kaju, relâmpago (kaingang)
Hi, fogo                                  hi,fogo (zapoteca)
    Mizu, água                            misu, água, rio (trumai)
Amê, chuva                           amã, chuva (tupi)
        Koto, obscuridade               kut, obscuridade (kaingang)
              Ne, cume, pico                     ne, terra, montanha (koahuiltek)


Nomes das partes do corpo. Alguns exemplos:

Japonês                Línguas ameríndias
Kubi, pescoço      kupi, pescoço (uto-asteca)
Ti, sangue             di, sangue (tukano)
Ashi, pé                ichi, pé (guaicuru)
Ke, pelo                ke, cabelo (jê)


Advérbios de tempo e modo

Japonês                 Tupi 
Ippo                         aipo
Kaette                     coyte
Ko-re                        co-ri
Tai-tei                      tai-tei
Ima                          ymã
       Koro                        coro-mo


Negação, afirmação e dúvida
Japonês                       Tupi 
Nai, nai (negação)               nda,ndai (negação)
Ee (afirmação)                      ee (afirmação)
Na’anrini (dúvida)                ahániri (dúvida)


Tempos de verbos determinando o futuro

Japonês                       Tupi 
Irai                                  irã
Rai                                  rã
Mirai                              mirã


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Conclusão


Há estudos abundantes sobre a origem do homem americano, e é a pesquisa  do Sr. Koiama e o do Sr. Tibiriça, que demostraram teorias de migrações, onde povos asiáticos teriam vindo, do Sul da Ásia através das correntes do pacífico ou até transposto as grandes geleiras que uniam o Alasca à Sibéria durante a última glaciação, penetrando no continente americano pelo Equador,  sendo que as grandes penetrações japonesas, cujas línguas espalhou-se a partir dos Andes e dos mananciais  da Bacia Amazônica. Segundo Tibiriça, não existe no Brasil um dialeto indígena sequer não tenha sido indiretamente influenciado por estas migrações, este ainda firma que a língua Tupi tem seu étimo, o asiático.

Mesmo ainda sendo uma incógnita como, ou em que época ocorreu tais migrações, ou ainda quais os pontos da América realmente atingidos por essas hordas de migrações ou se foram realmente hordas de pessoas ou pequenas jangadas que se perderam nas correntes marítimas? Há relatos que na costa da América do Norte e Peru, juncos chineses e embarcações japonesas arrastadas pelas violentas correntes oceânicas do Pacífico, e foram encontradas urnas japonesas no Rio Napo, Equador por arqueólogos.


Onde existia dúvidas ou até pensamentos fantásticos, Tibiriça, quis encerrar qualquer discussão, que considere mera coincidência a grande semelhança de vocábulos entre os povos comentados, fez com que ele em 40 anos de pesquisa nos trouxesse um vocabulário rico e aparentado, e juntando ao estudo do japonês Koyama, encerra-se qualquer dúvida a respeito da semelhança entre o japonês e o Tupi.

sábado, 1 de novembro de 2014

Introdução.....(APS - 2º semestre)





A partir da análise do livro “Tokyogaqui: um Japão imaginado”, organizado por Christine Greiner e Ricardo Muniz Fernandes, no capítulo “Falando na língua do antípoda: Fantasia nipo-brasiliera na origem da língua.” (p. 44), o qual cita estudos do jornalista/intérprete Rokurô Kôyama (1886, kummamoto – 1976, São Paulo), relacionados à similaridade da língua Tupi com a Japonesa.

Kôyama presume que povos ancestrais japoneses e tupis viveram na Polinésia há milhares de anos, e mudaram-se para o Japão e Brasil cruzando o espaço Físico e Histórico. O momento de epifania surgiu quando ele começou a se perguntar porque a palavra IKO(vamos) em Tupi significava a mesma coisa em Japonês. Apesar de não existir um relato real entre as palavras e seus significados do Tupi e do Japonês, Kôyama ficou surpreso com a semelhança fonética em ambas. Exemplo: TORI (“uma espécie de pássaro” em TUPI e “pássaro” em JAPONÊS).

Inspirados nesse conteúdo a proposta para o trabalho da disciplina de Linguística abrangerá estudos de Sincronia Comparativa das línguas Tupi e Japonês.






quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Pluralidade cultura...








A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e a convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação. O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnocultural
que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural.

            Segue breves apresentações das pluralidades culturais que iremos trabalhar no blog: Imigração Japonesa, Imigração Italiana, Migração nordestina, imigração Portuguesa.





Imigração Japonesa



A imigração japonesa no Brasil começou  em 18 de junho de 1908, vindo do Japão 733 pessoas com 165 famílias de agricultores e mais 48 pessoas que vieram sem os seus familiares, num  total de 781 pessoas a bordo do vapor "KASATO-MARU", que aportou às 09:30 horas no cais nº 14, atualmente armazém 16, no Porto de Santos.  Acomodaram-se   por alguns dias na Hospedaria dos Imigrantes, atual Museu do Imigrante, na Capital, antes de seguir viagem para as fazendas de café no interior do Estado de São Paulo e outros estados. 

De acordo com o censo de 1988,a população japonesa no Brasil é de 1.228.000 pessoas, sendo que no Estado de São Paulo é de 887.000 pessoas, e somente na cidade de São Paulo, aproximadamente 326.000 pessoas e cerca de 170.000 na região da Grande São Paulo

A imigração continuou até a eclosão da II Guerra Mundial em 1941, quando somava um número de 188.986 imigrantes. Após o término da II Guerra Mundial foi retomado o processo de imigração, em 1952, estendendo-se por 10 anos, período em que vieram cerca de 50 mil imigrantes agricultores. E, o auge do pós guerra foi em 1959, vindo 7.041 imigrantes.






Imigração Italiana



            O Brasil, em final do século XIX, recebeu levas de imigrantes de todos os cantos do planeta, mas nenhum influenciou tanto a cidade de São Paulo quanto os italianos. 


            Eles vieram para a lavoura do café a partir de 1877 e faziam a rota contrária: do interior para a capital de São Paulo. Tanto foi assim que já no começo do século XX constituíam praticamente a metade da população da cidade. E, assim, da mistura da língua italiana com o português criaram aquilo que se chamou de “língua brasileira”.

            As influências estão presentes em toda parte, na culinária, na passionalidade, no vestir, na educação, nas expressões, na música, na ciência e nas artes. 





Migração nordestina



A utilização da literatura de cordel em sala de aula provoca o surgimento de práticas pedagógicas que irão propiciar através do lúdico uma aprendizagem significativa do educador, pois se trata de uma temática que aborda diversas áreas do conhecimento humano.







O universo cordelino transpôs fronteiras e sobreviveu por entre séculos na história da humanidade. Da Europa ao nordeste brasileiro, o cordel como componente da cultura popular, tornou-se relevante instrumento educativo na escola e na sociedade.
Como advento da imigração nordestina para São Paulo, também migrou na sua forma intercultural a literatura de cordel. Neste sentido, podemos dizer que este gênero literário está presente na vida dos povos. No ambiente, escolar, por exemplo, as línguas entrelaçadas promovem de forma ética, o respeito às diferenças sócio – linguísticas no diversificado currículo escolar da região Sudeste.

Utilizando-se da literatura de cordel na escola pública  e resgatando seus valores sociolinguísticos no sentido de construir uma interação às peculiaridades regionais dos povos, o educador tem em mãos, importante recurso didático metodológico, capaz de combater significativamente o fracasso escolar de alunos que por algum  motivo demonstraram possuir uma visível falta de domínio da língua portuguesa. Acrescente-se ainda a este fracasso escolar, resultante da situação de diglossia pelas diferenças sociolinguísticas.





Imigração Portuguesa


A influência portuguesa
Colonizadores do território brasileiro por 322 anos, de todos os povos que chegaram no País os portugueses foram os que mais exerceram influência na formação da cultura brasileira. Durante todo período de colonização cidadãos portugueses foram transportados para as terras sul-americanas, influenciando não só a sociedade que viria a se formar, como também as culturas dos povos que já existiam. O evento que mais trouxe implicações políticas, econômicas e culturais para o Brasil foi a mudança da corte de D. João VI para o Brasil, em 1808. A partir daí a imigração portuguesa foi constante e perdurou até meados do século XX.

A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa, atualmente falada por todos os habitantes do País. Difundida principalmente pelos padres jesuítas, o português era no início da colonização considerado língua geral na colônia, ao lado do tupi. Com a proibição do tupi em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Das línguas indígenas, ele herdou as palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.

Outro importante legado português foi a religião católica, crença de grande parte da população brasileira. O catolicismo, profundamente arraigado em Portugal, deixou no Brasil as tradições do calendário religioso, suas festas e procissões, tornando-se a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Atualmente, o Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais. De acordo com o IBGE 73,8% da população brasileira declara-se católica.

Além da língua e da religião, vários folguedos populares como o bumba-meu-boi, o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem portuguesa os seres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, e muitas das lendas e jogos infantis como as cantigas de roda. Duas das festas mais importantes do Brasil, o carnaval e a festa junina, também chegaram no Brasil por influência dos portugueses.

A culinária brasileira também recebeu algumas interferências dos colonizadores. Muitos dos pratos típicos do País, por exemplo, são o resultado da adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um deles é a feijoada brasileira, que foi um resultado da adaptação dos cozidos portugueses. A cachaça, que foi criada nos engenhos como substituto para a bagaceira portuguesa, e alguns pratos portugueses como as bacalhoadas também se incorporaram aos hábitos brasileiros.

Nas artes, a cultura dos portugueses foi responsável pela introdução dos grandes movimentos artísticos europeus como o renascimento, maneirismo, barroco, rococó e neoclassicismo. Com isso a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes em geral no Brasil colônia eram muito baseadas na arte portuguesa. Essa referência pode ser vista nos escritos do Padre Antônio Vieira,na decoração de talha dourada e nas pinturas de muitas igrejas coloniais. As intervenções portuguesas seguiram após a Independência, tanto na arte popular como na arte erudita. E muito do que o Brasil é hoje, tem forte apelo à cultura dos colonos misturada com as culturas dos demais povos que habitaram o País.


Em destaque: A Primeira Missa Católica realizada no Brasil.





Imigração Hispano-americana




         
Desde 1970, o Brasil passou a receber fluxos imigratórios de perfil diferente dos tradicionais fluxos do começo do século XX, embora em menor volume. Milhares de imigrantes provenientes da América Latina – principalmente de países como Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru, Uruguai – passaram a compor o movimento de imigração internacional para o Brasil(PAIVA, 2007). Os fluxos imigratórios latino-americanos se destinaram, principalmente, para duas áreas: as regiões de fronteiras e as regiões metropolitanas (PATARRA, 2002), em especial São Paulo e Rio de Janeiro. 
         
A busca de oportunidades no mercado de trabalho é, portanto, a razão pela qual a maioria dos hispano-americanos deixa seus países de origem, marcados pelo desemprego, pela pobreza, por crises política, pela violência e apostam tudo num novo projeto de vida, seja ele pessoal ou familiar. Assim, no contexto latino-americano o Brasil aparece como um lugar de oportunidades não só para os que buscam trabalho, mas também para jovens que vêm em busca de uma especialização em alguma universidade brasileira. Um exemplo disso é a quantidade de hispano-americanos, em sua maioria peruanos, que procuram na Universidade de São Paulo cursos de graduação ou de pós- graduação, particularmente, nas áreas de exatas e biomédicas. A grande procura se deve não só pelo fato de que há um diferencial qualitativo entre as universidades de onde estes estudantes são oriundos e as brasileiras, mas também pelo fato de que no Brasil os cursos em universidades públicas são gratuitos e ainda há a possibilidade de se conseguir uma bolsa de estudos. E quando isto não acontece, eles são obrigados a fazer algum tipo de trabalho temporário, como dar aulas de espanhol, fazer traduções etc.



Dinâmica Cultural

No contexto hispânico, a influência das culturas indígenas é maior, até porque, numericamente os indígenas são mais significativos do que os brancos, mestiços e negros. Apesar de toda discriminação sofrida pelos indígenas na América hispânica e da destruição de parte significativa de suas culturas, eles continuam sendo os heróis civilizadores e fundadores das culturas andinas e paraguaias. Isto foi mencionado por Ruth, uma artista plástica peruana, de 50 anos de idade e há quatro no Brasil. Segundo ela, “o índio peruano foi violentado, eliminado. É uma raça guerreira e eu estou tentando espalhar as minhas raízes, porque o orgulho que temos pelos nossos ancestrais é uma coisa que aparece quando se vai para Cuzco. As raízes africanas estão um pouco longe de mim, mas eu gosto muito das danças negras do Peru. A base da raça peruana é o índio, então, é tão amplo que a gente nunca termina de criar os aspectos desta cultura. O negro tanto no Peru como no Brasil veio da África e faz parte dos imigrantes. O índio é autêntico. Eu é que sou a mistura dos três”.

Já no contexto brasileiro, o processo foi inverso, com a destruição de culturas indígenas e a eliminação física de populações inteiras, eles se tornaram minoria em relação aos brancos, mestiços e negros. Nessa perspectiva, poderíamos dizer que se no Brasil traços das culturas indígenas foram incorporadas pelos negros e mestiços, no contexto hispânico, o processo foi o inverso, ou seja, elementos das culturas africanas foram incorporados pelos indígenas e mestiços. Sendo assim, danças como a morenada, os caporales, originárias do contexto da escravidão nas minas da Bolívia, podem dialogar perfeitamente com o maracatu do Nordeste brasileiro ou com as congadas mineiras, pois elas apresentam raízes comuns, isto é, as matrizes africanas e indígenas. Um exemplo destas semelhanças são os guizos ou massacaias que os dançarinos dos caporales bolivianos e das congadas brasileiras levam presos nas suas pernas. Assim, a cada movimento do dançarino, produz-se um barulho estridente, uma alusão à figura ameaçadora e punitiva do feitor para com os escravos.